segunda-feira, 21 de maio de 2018

Texto 03: A Globalização e seus fluxos

Caros alunos, saudações:

Este segundo texto será a base para a nossa próxima discussão nesta II unidade. Vocês devem fazer um resumo e entregar na aula da próxima semana, manuscrito em papel pautado, seguindo as datas abaixo por turma, destacando a importância da Globalização e sua importância para os movimentos sociais a partir da comunicação em massa. Atentem-se para colocar uma padronização na elaboração desta atividade, principalmente margem e cabeçalho.
Esta atividade valerá 1,0 pontos.

Grande abraço a todos:  
Prof. Edson Reis.

Entrega por turma:
Turma C: 08/06/2018
Turma D: 29/05/2018

Link para baixar em PDF:



A globalização e seus fluxos:

“Pelo fato de ser técnico-científico informacional, o meio geográfico tende a ser universal. Mesmo onde se manifesta pontualmente, ele assegura o funcionamento dos processos encadeados a que se está chamando de globalização.”
Milton Santos (1926-2001), geógrafo, professor/pesquisador do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo e ganhador do prêmio Internacional Vautrin Lud em 1994.

A atual fase de expansão do capitalismo ficou conhecida como globalização. Como já estudamos, ela é consequência do avanço tecnológico nos três setores da economia, sobretudo da modernização dos sistemas de transportes e telecomunicações, responsáveis pela aceleração dos fluxos de pessoas, mercadorias, capitais e informações.
A globalização é fruto da atual revolução técnico-científica e seria inviável
sem um meio geográfico preparado para lhe dar suporte. Porém, como você verá a seguir, os fluxos da globalização não abarcam o espaço geográfico mundial como um todo. Os lugares que receberam e recebem mais investimentos em infraestrutura, caracterizando o que Milton Santos chamou de meio técnico -científico informacional, são os mais atingidos.
Então, cabe indagar: Por que isso ocorre? O que diferencia a atual expansão
capitalista das etapas anteriores? A crise está provocando uma “desglobalização”?

É o que estudaremos a seguir.


1-  Globalização:
A palavra “globalização” começou a ser empregada nos anos 1980 por consultores de administração das principais universidades norte-americanas (deriva do inglês globalization). Inicialmente, servia para definir estratégias de expansão global para empresas transnacionais. A partir dos anos 1990, esse termo foi amplamente divulgado pela mídia e passou a fazer parte do dia a dia de países, empresas, instituições multilaterais, trabalhadores e da população em geral, embora fosse um conceito um tanto incompreendido.
A globalização, apesar de ter suas origens mais imediatas na expansão econômica ocorrida após a Segunda Guerra Mundial e na Revolução Técnico-Científica
iniciada nos anos 1970, é a continuidade de um longo processo histórico que remonta aos primórdios do capitalismo. Assim, globalização é o nome do momento atual da expansão capitalista: ela está para o atual período informacional assim como o colonialismo esteve para a etapa comercial e o imperialismo para a industrial e financeira.
Quando a mundialização capitalista teve início, com as Grandes Navegações, o planeta era composto de vários “mundos” – europeu ocidental, russo, chinês, árabe, asteca, tupi, zulu, aborígine, etc. –, e, muitas vezes, os habitantes de um “mundo” não sabiam da existência dos de outros. Nessa época, começaram os processos de integração e de interdependência planetária. Ao atingir o atual período informacional, o capitalismo integrou países e regiões do planeta em um sistema único, formando o chamado sistema-mundo. Mundo e planeta tornaram-se sinônimos, que, por sua vez, são sinônimos de globo, palavra da qual se originou o vocábulo “globalização” (os franceses preferem mundialização; em português empregamos as duas expressões, com uma predileção pela primeira).
A globalização é um fenômeno que apresenta várias dimensões: econômica, mais evidente e perceptível, social, cultural e política, entre outras. Contudo, todas elas se materializam no espaço geográfico em suas diversas escalas: mundial, nacional, regional e local. Os lugares estão conectados a uma rede de fluxos, controlada por poucos centros de poder econômico e político. No entanto, não são todos os lugares que estão integrados ao sistema-mundo. Os fluxos da globalização se dão em rede, mas seus nós mais importantes são os lugares que dispõem dos maiores mercados consumidores
e das melhores infraestruturas – hotéis, bancos, Bolsas de Valores, sistemas de telecomunicação, estações rodoferroviárias, terminais portuários, aeroportos (como mostra o cartograma da próxima página), etc.



A atual expansão capitalista:
Hoje em dia, ao contrário do que ocorreu nas demais etapas do capitalismo, a expansão desse sistema econômico não se dá predominantemente pela invasão e ocupação territorial. Por exemplo, durante o colonialismo e o imperialismo, era fundamental controlar o território onde os recursos naturais seriam explorados, daí as ocupações. A maioria dos conflitos regionais contemporâneos tem um caráter mais étnico-nacionalista.
Entretanto, conflitos que geram ocupação ainda acontecem: a invasão do Iraque pelos Estados Unidos em 2003, por exemplo, foi movida por interesses geopolíticos e econômicos no Oriente Médio, relacionados, sobretudo, ao controle do petróleo. O Iraque dispõe da quarta reserva mundial desse recurso. A invasão militar, contudo, foi
muito criticada, principalmente porque não foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU. Em diversos países ocorreram manifestações contrárias a essa ação bélica, até mesmo no interior dos Estados Unidos.
Vários movimentos populares antiglobalização vêm ocorrendo no mundo: um dos primeiros foi realizado em Seattle (Estados Unidos), em 1999, seguido por movimentos pacifistas contra a invasão do Iraque, em 2003. Durante a crise econômica, eclodiram diversos movimentos contra o capitalismo, a ganância do sistema financeiro, a corrupção e a desigualdade social, como o Ocupe Wall Street – que você conheceu na página anterior – e os Indignados – que reuniu milhares de manifestantes em diversas cidades da Espanha, no mesmo ano.
Com uma ou outra exceção, na era da globalização, a expansão capitalista é silenciosa, sutil e ainda mais eficaz. Trata-se de uma “invasão” de mercadorias, capitais,
serviços, informações e pessoas. As novas “armas” são a sedução pelo consumo de bens e serviços, além da agilidade e eficiência das telecomunicações, dos transportes e do processamento de informações, graças aos satélites de comunicação, à informática, à
internet, aos telefones (fixos e celulares), aos aviões, aos supernavios petroleiros e graneleiros e aos trens de alta velocidade.
A “guerra” acontece nas Bolsas de Valores, de mercadorias e de futuros em todos os mercados do mundo e em todos os setores da economia. As estratégias e táticas são estabelecidas nas sedes das corporações transnacionais, dos bancos globais, das corretoras de valores e de outras instituições, e influenciam quase todos os países. Entretanto, muitas vezes, essas estratégias e táticas dos dirigentes das grandes empresas,
principalmente do setor financeiro, mostraram-se arriscadas, gananciosas e/ou fraudulentas. Isso ficou bastante evidente na crise do mercado imobiliário/financeiro nos Estados Unidos em 2008.




Referência:
MOREIRA, João Carlos. Geografia geral e do Brasil : espaço geográfico e globalização : ensino médio / João Carlos Moreira, Eustáquio de Sene. -- 3. ed. -- São Paulo : Scipione, 2016.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Texto 02: A Internet e os novos processos de articulação dos movimentos sociais.

Caros alunos, saudações:

Este segundo texto será a base para a nossa próxima discussão nesta II unidade. Vocês devem fazer um fichamento e entregar na aula da próxima semana, manuscrito em papel pautado, seguindo as datas abaixo por turma, destacando a importância das Internet para os novos processos de articulação dos movimentos sociais. Atentem-se para colocar uma padronização na elaboração desta atividade, principalmente margem e cabeçalho.
Esta atividade valerá 1,0 pontos.

Grande abraço a todos:  
Prof. Edson Reis.

Entrega por turma:
Turma C: 25/05/2018
Turma D: 22/05/2018

Link para baixar em PDF:
https://www.4shared.com/web/preview/pdf/FApEh0l_gm?

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Texto 01: A Internet e os movimentos sociais.

Caros alunos, saudações:

Este texto será a base para a nossa primeira discussão nesta II unidade. Vocês devem fazer um resumo de no minimo 25 e no máximo 30 linhas e entregarem na aula da próxima semana, manuscrito em papel pautado, seguindo as datas abaixo por turma, destacando a importância das Internet para os movimentos sociais em nosso país, principalmente elencando os pontos positivos e negativos do uso da mesma. Atentem-se para colocar uma padronização na elaboração desta atividade, principalmente margem e cabeçalho.
Esta atividade valerá 1,0 pontos.

Grande abraço a todos:  
Prof. Edson Reis.

Entrega por turma:
Turma C: 18/05/2018
Turma D: 15/05/2018

Link para baixar em PDF:
https://www.4shared.com/web/preview/pdf/pZPCbYREda?



A Internet e os Movimentos Sociais
O objeto de estudo das Ciências Sociais, em especial da Sociologia, vem sido construído ao longo dos anos, no processo de formação e concretização desta área científica. Embora não haja consenso histórico sobre qual seria este objeto de estudo, dadas as várias correntes sociológicas existentes e as diferentes concepções formuladas pelas mesmas, é verificável em todas estas tendências teóricas o estudo dos fenômenos que ocorrem em sociedade como fruto das atividades humanas.
Os movimentos sociais, sem dúvida, fazem parte ou estão englobados no rol de temas discutidos, analisados e estudados por todas as correntes sociológicas existentes. Quer a abordagem de tais movimentos se dê de uma forma conservadora, no intuito de controle e repressão de tais movimentos, como ocorre na abordagem positivista; quer ocorra numa tendência mais revolucionária, como no caso do Marxismo; ou ainda simplesmente com o objetivo de compreensão e análise, pela sociologia weberiana — os movimentos sociais sempre são assunto de pauta das Ciências Sociais.
Alguns pontos a se considerar nas abordagens sociológicas relacionadas aos movimentos sociais são os questionamentos a respeito de como eles surgem, a que interesses servem e como se dá seu desenvolvimento histórico propriamente dito.
Evidentemente, todo movimento social surge como resultado da geração de uma demanda histórica, advinda das relações sociais que se estabelecem entre os homens de uma sociedade. Poderíamos citar como exemplos de movimentos sociais o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), os movimentos feministas, os movimentos pelos direitos do público GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros), entre outros.
Todos estes movimentos citados no parágrafo anterior, se analisados, sinalizam alguma demanda ou necessidade histórica a ser contemplada ou suprida por algumas camadas sociais menos favorecidas em determinados sentidos. Resumidamente, podemos verificar os seguintes pontos:
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra — sinaliza que alguns direitos sociais, como o acesso à propriedade para a produção de bens de consumo, estão desregularizados em dada sociedade. Pode também caracterizar como especificidade de determinada sociedade aonde se encontra o movimento a acumulação exarcebada de latifúndios, ou grandes lotes de terra, em detrimento de grande contingente populacional em condições sociais precárias.
Movimentos feministas — sinalizam que alguns direitos sociais estão sendo negados ou suprimidos devido a condições historicamente construídas, interligadas a relações de gêneros.
Movimentos LGBT — sinalizam que algumas condições históricas desfavorecem às manifestações de diversidades ou particularidades de alguns indíviduos ou grupos, interligados às relações sociais de orientação da sexualidade.
Movimentos reivindicatórios — sinalizam que alguns direitos, amplos ou específicos, não têm sido respeitados, ou até mesmo perseguidos, por alguns setores sociais em detrimento de outros, numa perspectiva de subornização ou de ilegalidade.
Uso da internet pelos movimentos sociais

Não obstante, o questionamento ou análise a que nos propomos diz respeito ao uso da internet como ferramenta útil para tais movimentos sociais. Inicialmente a internet atendia apenas a alguns interesses específicos, perticularmente comerciais. Visava-se, primeiramente, uma melhor articulação nas relações empresariais, com o aumento na velocidade das comunicações das informações e das transações capitalistas. Posteriormente, esta facilitação no processo das comunicações das informações expandiu-se para além dos interesses particulares das empresas. De modo que o uso da internet como ferramenta de pesquisa, isto é, acumuladora e transmissora de informações globalizadas, passou a generalizar-se, tornando-a sinônimo de informatização cada vez mais eficaz.
É justamente devido a esta facilidade de comunicação amplificada que a internet tem se tornado uma ferramenta útil pelos movimentos sociais. O uso da rede de computadores global também se faz necessário pelo fato de alguns grupos e suas ideologias não serem bem recebidos pelos demais meios de comunicação de massa, como é o caso da mídia corporativista. Presenciamos repetidamente ataques midíaticos a tais movimentos, criminalizando-os na opinião pública.
De acordo com a Jornalista e professora Christa Berger, a relação entre mídia e movimentos sociais
é desigual e comprometida. Ou seja, a midia trata os Movimentos Sociais como um OUTRO que ameaça a sociedade. A sociedade que ela, a midia, defende e representa. A relação, portanto, corresponde a lógica da relação entre os que são desiguais estruturalmente.[1]
De modo que tais movimentos necessitam, naturalmente, de mecanismos alternativos de transmissão de sua visão ideológica, propósitos sociais, etc. Uma breve pesquisa na internet, de fato, nos possibilita entrar em contato com as diferentes concepções formuladas pelos variados grupos existentes em nossa sociedade. Encontramos sites sérios, que têm por objetivo a propagação educacinal de grupos tais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, Movimento da Via campesina, do Movimento Negro Unificado, além de movimentos contra a homofobia e pelos direitos sociais das mulheres.
O professor e Dr. Bruno Lima Rocha da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) fala do uso da internet pelos movimentos sociais e faz uma breve análise do uso da rede pelos movimentos:
Os movimentos sociais contemporâneos surgem junto com a internet. A questão da internet não é de ela ser utilizada, ela é constitutiva das novas redes dos movimentos populares. […] As mídias sindicais poderiam contar com a participação da categoria. Fazer com que seus trabalhadores e filiados sejam os primeiros que alimentem aquela página, não um grupo de profissionais apenas.[2]
Interessante notar no argumento do Dr. Rocha é que, em tais sites, existe realmente a possibilidade de uma participação social, coletiva, de todo o movimento e de seus militantes. Não encontramos, na internet, um corporativismo elitista tal como o fazemos nos meios midiáticos.

Conclusão 
A internet, pela sua interatividade, tende a ser cada vez mais o meio de comunicação do futuro. A televisão, ao contrário da rede de computadores, pode ser facilmente antidemocrática, nos seus processos noticiosos. De modo que, todos os movimentos sociais, sérios e necessários, devem estar fazendo bom uso de tal ferramenta de luta.
O acesso à rede de computadores global está cada vez mais amplo, principalmente pela enorme contribuição das LAN-Houses e programas de inclusão digital em todo o mundo, tornando possível que a internet chegue às classes populares. Considerando tais fatos, podemos concluir que nos próximos anos ou décadas, devido ao avanço das relações de comunicação, as ideologias não-hegemônicas poderão ter ou aperfeiçoar um amplo espaço de irradiação e absorção sociais, podendo isto contribuir para o importante avanço das lutas e melhoramentos sociais, que são os objetivos de tais grupos ou movimentos.
Por sua vez, a Sociologia e as demais Ciências Sociais, poderão contemplar mais esta nova contextualização das lutas ou transformações sociais em andamento. O uso da internet pelos movimentos possivelmente será um tema amplamente pesquisado e analisado pelas próximas gerações de terorias sociológicas.


[2] Entrevista disponível em http://movisol.blogspot.com/2009/10/internet-e-os-movimentos-sociais.html, acesso em 17/12/2010.