Caros alunos, saudações:
Este texto será a base para a nossa primeira discussão nesta II unidade. Vocês devem fazer um resumo de no minimo 25 e no máximo 30 linhas e entregarem na aula da próxima semana, manuscrito em papel pautado, seguindo as datas abaixo por turma, destacando a importância das Internet para os movimentos sociais em nosso país, principalmente elencando os pontos positivos e negativos do uso da mesma. Atentem-se para colocar uma padronização na elaboração desta atividade, principalmente margem e cabeçalho.
Esta atividade valerá 1,0 pontos.
Esta atividade valerá 1,0 pontos.
Grande abraço a todos:
Prof. Edson Reis.
Entrega por turma:
Turma C: 18/05/2018
A Internet e os Movimentos Sociais
O objeto de estudo das
Ciências Sociais, em especial da Sociologia, vem sido construído ao longo dos
anos, no processo de formação e concretização desta área científica. Embora não
haja consenso histórico sobre qual seria este objeto de estudo, dadas as várias
correntes sociológicas existentes e as diferentes concepções formuladas pelas
mesmas, é verificável em todas estas tendências teóricas o estudo dos fenômenos
que ocorrem em sociedade como fruto das atividades humanas.
Os movimentos sociais,
sem dúvida, fazem parte ou estão englobados no rol de temas discutidos,
analisados e estudados por todas as correntes sociológicas existentes. Quer a
abordagem de tais movimentos se dê de uma forma conservadora, no intuito de
controle e repressão de tais movimentos, como ocorre na abordagem positivista;
quer ocorra numa tendência mais revolucionária, como no caso do Marxismo; ou
ainda simplesmente com o objetivo de compreensão e análise, pela sociologia
weberiana — os movimentos sociais sempre são assunto de pauta das Ciências
Sociais.
Alguns pontos a se
considerar nas abordagens sociológicas relacionadas aos movimentos sociais são
os questionamentos a respeito de como eles surgem, a que interesses servem e
como se dá seu desenvolvimento histórico propriamente dito.
Evidentemente, todo
movimento social surge como resultado da geração de uma demanda histórica,
advinda das relações sociais que se estabelecem entre os homens de uma
sociedade. Poderíamos citar como exemplos de movimentos sociais o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), os movimentos feministas, os movimentos
pelos direitos do público GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros),
entre outros.
Todos estes movimentos
citados no parágrafo anterior, se analisados, sinalizam alguma demanda ou
necessidade histórica a ser contemplada ou suprida por algumas camadas sociais
menos favorecidas em determinados sentidos. Resumidamente, podemos verificar os
seguintes pontos:
Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem-Terra — sinaliza que alguns direitos sociais, como o
acesso à propriedade para a produção de bens de consumo, estão desregularizados
em dada sociedade. Pode também caracterizar como especificidade de determinada
sociedade aonde se encontra o movimento a acumulação exarcebada de latifúndios,
ou grandes lotes de terra, em detrimento de grande contingente populacional em
condições sociais precárias.
Movimentos feministas —
sinalizam que alguns direitos sociais estão sendo negados ou suprimidos devido
a condições historicamente construídas, interligadas a relações de gêneros.
Movimentos LGBT —
sinalizam que algumas condições históricas desfavorecem às manifestações de
diversidades ou particularidades de alguns indíviduos ou grupos, interligados
às relações sociais de orientação da sexualidade.
Movimentos
reivindicatórios — sinalizam que alguns direitos, amplos ou específicos, não
têm sido respeitados, ou até mesmo perseguidos, por alguns setores sociais em
detrimento de outros, numa perspectiva de subornização ou de ilegalidade.
Uso da internet pelos
movimentos sociais
Não obstante, o
questionamento ou análise a que nos propomos diz respeito ao uso da internet
como ferramenta útil para tais movimentos sociais. Inicialmente a internet
atendia apenas a alguns interesses específicos, perticularmente comerciais.
Visava-se, primeiramente, uma melhor articulação nas relações empresariais, com
o aumento na velocidade das comunicações das informações e das transações
capitalistas. Posteriormente, esta facilitação no processo das comunicações das
informações expandiu-se para além dos interesses particulares das empresas. De
modo que o uso da internet como ferramenta de pesquisa, isto é, acumuladora e
transmissora de informações globalizadas, passou a generalizar-se, tornando-a sinônimo
de informatização cada vez mais eficaz.
É justamente devido a
esta facilidade de comunicação amplificada que a internet tem se tornado uma
ferramenta útil pelos movimentos sociais. O uso da rede de computadores global
também se faz necessário pelo fato de alguns grupos e suas ideologias não serem
bem recebidos pelos demais meios de comunicação de massa, como é o caso da
mídia corporativista. Presenciamos repetidamente ataques midíaticos a tais
movimentos, criminalizando-os na opinião pública.
De acordo com a
Jornalista e professora Christa Berger, a relação entre mídia e movimentos
sociais
é desigual e
comprometida. Ou seja, a midia trata os Movimentos Sociais como um OUTRO que
ameaça a sociedade. A sociedade que ela, a midia, defende e representa. A relação,
portanto, corresponde a lógica da relação entre os que são desiguais
estruturalmente.[1]
De modo que tais
movimentos necessitam, naturalmente, de mecanismos alternativos de transmissão
de sua visão ideológica, propósitos sociais, etc. Uma breve pesquisa na
internet, de fato, nos possibilita entrar em contato com as diferentes
concepções formuladas pelos variados grupos existentes em nossa sociedade.
Encontramos sites sérios, que têm por objetivo a propagação educacinal de
grupos tais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, Movimento da
Via campesina, do Movimento Negro Unificado, além de movimentos contra a
homofobia e pelos direitos sociais das mulheres.
O professor e Dr. Bruno
Lima Rocha da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) fala do uso da
internet pelos movimentos sociais e faz uma breve análise do uso da rede pelos
movimentos:
Os movimentos sociais
contemporâneos surgem junto com a internet. A questão da internet não é de ela
ser utilizada, ela é constitutiva das novas redes dos movimentos populares. […]
As mídias sindicais poderiam contar com a participação da categoria. Fazer com
que seus trabalhadores e filiados sejam os primeiros que alimentem aquela
página, não um grupo de profissionais apenas.[2]
Interessante notar no
argumento do Dr. Rocha é que, em tais sites, existe realmente a possibilidade
de uma participação social, coletiva, de todo o movimento e de seus militantes.
Não encontramos, na internet, um corporativismo elitista tal como o fazemos nos
meios midiáticos.
Conclusão
A internet, pela sua
interatividade, tende a ser cada vez mais o meio de comunicação do futuro. A
televisão, ao contrário da rede de computadores, pode ser facilmente
antidemocrática, nos seus processos noticiosos. De modo que, todos os
movimentos sociais, sérios e necessários, devem estar fazendo bom uso de tal
ferramenta de luta.
O acesso à rede de
computadores global está cada vez mais amplo, principalmente pela enorme
contribuição das LAN-Houses e programas de inclusão digital em todo o mundo,
tornando possível que a internet chegue às classes populares. Considerando tais
fatos, podemos concluir que nos próximos anos ou décadas, devido ao avanço das
relações de comunicação, as ideologias não-hegemônicas poderão ter ou
aperfeiçoar um amplo espaço de irradiação e absorção sociais, podendo isto
contribuir para o importante avanço das lutas e melhoramentos sociais, que são
os objetivos de tais grupos ou movimentos.
Por sua vez, a
Sociologia e as demais Ciências Sociais, poderão contemplar mais esta nova
contextualização das lutas ou transformações sociais em andamento. O uso da
internet pelos movimentos possivelmente será um tema amplamente pesquisado e
analisado pelas próximas gerações de terorias sociológicas.
[1] Entrevista disponível em http://movisol.blogspot.com/2009/12/os-movimentos-sociais-e-o-espetaculo.html, acesso em 17/12/2010.
[2] Entrevista disponível em http://movisol.blogspot.com/2009/10/internet-e-os-movimentos-sociais.html, acesso em 17/12/2010.
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